domingo, 21 de agosto de 2011

Analítico, Integrado ou Sistêmico?

A maior discussão atualmente no futebol brasileiro, diz repeito aos métodos de treinamento. Quando vemos o Barcelona jogando, com todos seus princípios bem definidos, com a sua efetividade de seu modelo de jogo, e principalmente a qualidade dos jogadores formados dentro do próprio clube. Mas aqui no Brasil, aonde temos um contexto bem diferente do espanhol, uma cultura de jogo diferente, um aspecto social cultural totalmente distintos e o que para mim é o principal ponto, o tempo em que o processo de treinamento já vem sendo aplicado no Barcelona. Não se muda uma cultura de uma hora para outra, não se muda comportamento da noite para o dia, por isso precisamo de uma mudança gradual, encontrando um equilíbrio entre os fatores envolvidos para a performance, como táticos, técnicos, físicos e psicológicos.
Temos historicamente três tendências metodológicas ao longo do processo de treinamento do futebol, a originária do leste europeu que tem por característica a divisão por períodos, picos de performance, em determinados momentos competitivos. A segunda surgiu na América do Norte e Norte Europeu que direcionava seus objetivos em capacidades físicas, dividindo-as separadamente. Estas duas tendências metodológicas misturam-se em alguns momentos, e podem ser denominadas de Método Analítico, que propõem uma divisão por partes de um contexto geral. A terceira tendência vem trazendo a integração das partes, física e técnica, surgindo na América Latina o treinamento integrado que buscava em trabalhos físicos, com o uso da bola, a exigência encontrada no jogo. A última tendência metodológica, que tem como berço Portugal, denominada Periodização Tática, que tem por objetivo principal uma forma de jogar, baseada em princípios de jogo, que claro, prioriza em todos os sentidos a questão tática. Procura em todos os momentos do treino, um entendimento tático da forma de jogar, e dentro destes trabalhos táticos encontra-se os aspectos técnicos, físicos e psicológicos.
Atualmente o entendimento do jogo, as questões relacionadas ao modelo de jogo, inerentes ao entendimento dos jogadores a uma cultura do jogar. Aonde o mais importante é distribuir no tempo a aquisição de comportamentos táticos (princípios e sub-princípios) e estratégicos inerentes a uma determinada forma de jogar, com base em um modelo de jogo atual, com subjacentes arrastamentos das dimensões físicas, técnicas e psicológicas. Entende-se por modelo de jogo um corpo de idéias, relacionados como uma determinada forma de jogar, constituindo assim como um “perfil” de jogo da equipe (GRAÇA e OLIVEIRA, 1994).
A principal barreira da Periodização Tática no Brasil, talvez seja o vínculo cultura que temos com as questões físicas, e com a necessidade que criamos e de termos números concretos, valores de performance, de onde estamos e aonde podemos chegar dentro de um universo físico, e até, aonde estes marcadores puramente biológicos podem contribuir para o sucesso coletivo?
De forma geral podemos dizer que metodologicamente o futebol até hoje é trabalhado sobre três bases metodológicas, que em alguma parte da história foi estudada, analisada e também vencedora, e por isso tornou-se referência, ou melhor, tendência por determinado tempo.
Marisa, 2006 sita Morin (1997) que se refere a sistema, como um todo, constituído pela relação de seus constituintes. Neste segmento, o “jogar” expressa às relações de cooperação entre os colegas e de oposição com os adversários. De acordo com esta concepção, o jogo é um sistema de “sistemas”. Quando falamos em sistemas a mesma autora, fala em globalidade, interação, organização e finalidade.
Mas até aonde o sistêmico abrange todos os requisitos do jogo. Ou melhor, até aonde o analítico pode contribuir para a performance do todo. Ou será que para obter uma metodologia mais próxima do ideal teremos que “integrar” o analítico com sistêmico?


Mas e a performance no futebol? Como temos o melhor resultado? Bom, talvez não se chegue a esta resposta, mas precisamos entender todas as linhas metodológicas para poder assim, construir não só uma forma de jogar, mas sim para uma maneira de aplicar nossas idéias sobre futebol.
Mesmo com inúmeras pesquisas sobre o esforço físico requerido no futebol, ainda hoje encontramos divergências entre os autores sobre este assunto. Isso se dá particularmente pela diversidade de movimentos envolvidos durante um jogo de futebol. Durante uma partida um jogador realiza cerca de 1000 atividades diferentes, com uma pausa em média de 6s, essas atividades abrangem trocas de direção e ritmo (agilidade), exercícios de habilidade de jogo, e na perseguição aos adversários dentro do jogo (REILLY, 1976 apud REILLY, 2000). O Treinamento no futebol deve refletir a variedade de movimentos que englobam uma partida (GODIK, 1996). Rui Faria, treinador adjunto de Mourinho a vários anos, disse certa vez em uma entrevista que na Periodização Tática não existe jogador com baixa capacidade física, ou mal preparado fisicamente, mas sim, apenas jogadores não adaptados ao modelo de jogo da equipe.
Garganta e Pinto em 1994 já afirmavam que ao longo do jogo de futebol, os fatores de natureza técnica revestem-se de extrema importância, pois são eles que permitem ao jogador responder aos problemas táticos decorrentes do próprio jogo, o futebolista utiliza uma vasta gama de recursos motores específicos, genericamente designados por técnica. Entende-se por modelo de jogo um corpo de idéias, relacionados como uma determinada forma de jogar, constituindo assim como um “perfil” de jogo da equipe (GRAÇA e OLIVEIRA, 1994).

Mas alguns cuidados devem ser levados em consideração quando se trata de uma mudança, ainda mais com mudanças metodológicas, toda mudança quando é feita de forma rápida, radical ou brusca, os resultados são instáveis, e como uma mudança de comportamento requer tempo, para que se torne um hábito, os resultados podem não aparecer a curto ou em médio prazo. Casarin (2010), diz que, quando um treinador chega a um clube, além de analisar sua condição física-estrutural-planejamental (materiais, campos, recursos financeiros, competições), observa seus jogadores e pensa na melhor forma de pô-los a jogar (sua concepção de jogo) em cima da cultura de futebol do clube. Essa é a lógica. Certo ou errado? Errado. Poucos dos nossos clubes e treinadores respeitam suas questões históricas e culturais, e a cada semestre modificam sua forma de jogar, não adquirindo uma cultura de clube necessária para criar uma identidade futebolística. Essa constatação é um dos vários “cancros” do nosso futebol e acaba refletindo nas categorias de base.

Quando falamos na mudança metodológica, temos que levar em consideração que a parte tática no Brasil, precisa sofrer uma evolução, o desenvolvimento tática não acompanhou a evolução de outras áreas, como a preparação física, medicina esportiva, fisioterapia, nutrição e psicologia, além de todo o aparato tecnológico que norteia toda essa evolução. A periodização tática, a meu ver, traz essa evolução tática que o futebol brasileiro precisava, mas sem a marginalização das outras áreas. Silva e Floriano, 2010, nos trazem a idéia de que o treinamento físico especifico atualmente se divide em dois momentos, o primeiro é que o treinamento físico não está mais desvinculado do contexto do jogo, ou seja, o “físico” está auxiliando no cumprimento de uma tarefa técnica, que por sua vez está resolvendo um “problema” tático, que por sua vez necessita de um físico para se expressar enquanto ação; assim é inconcebível pensar no físico desvinculado da intenção tática. No segundo momento, o treinamento dito “físico” pode ser pensado enquanto meio auxiliar de preservação do “agente” responsável por executar uma ação que já se estabeleceu previamente no sistema cognitivo. 
Mas até onde trabalhos analíticos podem trazer benefícios ao modelo sistêmico? Quando falamos sobre isso, temos que nos reportar ao entendimento do jogo, na capacidade que atleta/jogador tem de identificar, analisar e executar uma ação, que é feita sobre uma escolha. Alguns autores trazem que quando o atleta/jogador chega a um determinado nível de fadiga essas escolhas são prejudicadas. BertolassiI, 2007 diz que para executar uma resposta motora de maneira satisfatória dependemos em grande parte do tempo disponível entre a pista visual e a resposta, pois além da programação motora, uma resposta adequada exige também o ajuste temporal dos movimentos. No futebol este tempo, entre a pista visual e a resposta motora, é curtíssimo. O mesmo autor traz que atletas com menor fadiga apresentam resultados melhores quanto a resposta motora e tomada de decisão. Bertolassi, nos mostra esses resultados em um teste visual, em um computador. Então, em um contexto de jogo, ainda temos outros fatores a serem considerados, como velocidade e trajetória da bola, adversários, vento, luz. Então esse decréscimo deve ser ainda maior, pois o número de fatores a serem considerados também é maior. 
O que não podemos esquecer é a individualidade de cada um de nossos jogadores, e vê-los dentro de um contexto geral, montar nosso modelo de treinamento, seja ele analítico, integrado ou sistêmico. Pois a meu ver só podemos construir um método de treino após conhecermos todas as necessidades do nosso grupo de trabalho. Claro que cada comissão técnica tem seus princípios, e conceitos, que se repetem ao longo dos treinamentos, mas a formação de uma equipe deve passar principalmente pelas características individuais, e depois, montar um modelo de jogo aonde essas individualidade possa funcionar para o sucesso do todo.
Mais uma vez fica claro que devemos buscar dentro de cada método o melhor para determinado grupo. Devemos ter um grupo com um bom entendimento tático, com boa condição técnica, e níveis físicos satisfatórios para suportar as exigências do jogo, sejam elas físicas ou psicologias. E para isso não podemos esquecer do indivíduo como um todo, que pensa, que interpreta e executa ações, e para isso precisa estar biologicamente e psicologicamente apto para tudo.



sábado, 13 de agosto de 2011

Efeitos dos treinamentos de endurance e intervalado em marcadores do metabolismo oxidativo, oxidantes, antioxidantes e lesão muscular

http://www.efdeportes.com/efd99/metab.htm

Dr. Claudio Cesar Zoppi*
Dr. Armindo Antonio Alves**
Dr. Leonardo dos Reis Silveira**
Dra. Lucia Pereira da Silva**
Dra. Denise Vaz de Macedo**



Gostei muito desse artigo, principalmente pelos controles bioquímicos apresentados, do que pelos resultados apresentados. Os resultados são diretamente ligados ao tipo de trabalho aplicado, do que pela parte biológica ou diferenças entre as categorias. Geralmente o categoria JR já apresenta um grande número de atletas já maturados, levando a igualdade de condições. Em nossa pré-temporada, tivemos um aumento significativo nos limiares após a pré-temporada na categoria SUB-20.

Resumo:
O treinamento físico induz aumento nos níveis de estresse oxidativo, fenômeno que poder levar a adaptação ou danos musculares de origem oxidativa. Neste estudo, seguimos alguns biomarcadores no músculo sóleo e no sangue, em animais submetidos a dois protocolos distintos de exercício, endurance (CT) e intermitente (IT), com o objetivo de verificar se os biomarcadores escolhidos eram sensíveis em demonstrar o grau de estresse produzido pelo exercício. Vinte e quatro ratos foram divididos nos grupos sedentário (SED), CT e IT e submetidos, em ambos protocolos a duas fases distintas (fase I e II) em relação a sua intensidade e duração. Hemoglobina, lactato e a atividade da enzima creatina quinase (CK) foram dosados no sangue. A atividade da enzima citrato sintase foi dosada no músculo sóleo; a atividade das enzimas antioxidantes glutationa redutase e catalase foram dosadas no músculo sóleo. Ainda foi medida a concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARs) na urina dos animais. Nossos resultados indicaram que: 1) O estresse induzido por CT e IT induziu diferentes respostas adaptativas; 2) Em IT, principalmente quando aplicadas cargas progressivas, é potencialmente lesivo, devido ao alto de nível de ataque oxidativo às estruturas intracelulares; 3) Biomarcadores de estresse oxidativo sistêmicos, combinados com a dosagem da atividade da CK podem traçar um perfil do nível de estresse induzido ao músculo sóleo pelo exercício físico.
    


Introdução
    O treinamento esportivo se baseia no princípio da adaptação, onde as cargas de treinamento são responsáveis pela quebra da homeostase intracelular e assim, capaz de sinalizar as adaptações desejadas (BRUIN et al., 1994; KUIPERS, 1998). O estresse oxidativo, condição na qual a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) supera a capacidade antioxidante intracelular de eliminá-los, é uma das formas de estresse induzida pelo treinamento esportivo (SJODIN et al., 1990; JI, 1999). Nesse sentido, estudos mostram a produção de espécies radicalares, tais como radical ânion superóxido (-O2.), peróxido de hidrogênio (H2O2) e radical hidroxila (OH.) durante a contração muscular (DAVIES et al. 1982; POWERS & LENNON, 1999).
    O aumento do fluxo de elétrons da cadeia respiratória mitochondrial parece estar diretamente envolvido nesse processo, bem como o aumento na concentração do substrato da enzima xantina oxidase (SJODIN et al., 1990; JI, 1999; JI & LEICHTWEISS, 1997; TIIDUS, 1998). Outros autores também mostram que a alta atividade dos neutrófilos, macrófagos e citoquinas presentes no processo inflamatório, responsável pela remoção e reparo de estruturas celulares danificadas após o exercício físico, também contribuem para a produção de EROs (CANNON et al., 1991; FIELDING et al., 1993; HESSEL et al.,2000; SEN, 1995).
    Dados da literatura mostram que as EROs estão relacionadas a danos oxidativos a estruturas intracelulares tais como; lipídeos de membrana, proteínas e inclusive o DNA (SJODIN et al., 1990; DAVIES et al. 1982; HALLIWELL & GUTTERIDGE, 1998). Assim, especula-se que as EROs possam desencadear as lesões musculares (JI, 1999; TIIDUS, 1998; HESSEL, 2000). O estresse imposto às células musculares pode levar a dois processos distintos: adaptação ou "overtraining" (JACKSON, 1999; SMITH, 2000; SMOLKA et al., 2000). Adaptação e a conseqüente melhora no desempenho esportivo acontecem quando o estresse é seguido por um tempo de regeneração adequado, através do processo conhecido como supercompensação (BRUIN et al., 1994; VIRU, 1984; KUIPERS, 1998). O treinamento de alta intensidade parece ser a melhor forma de melhorar o rendimento esportivo (ALESSIO, 1993; CRISWELL et al., 1993). No entanto, estar bem adaptado significa ter as fibras musculares aptas a suportar o estresse imposto pelo exercício, isto é, sua intensidade, duração e freqüência, fatores que podem resultar em fadiga e ainda levar a lesões musculares (POWERS & LENNON, 1999). A imposição de cargas de treinamento que excedem a capacidade do atleta de se regenerar leva ao aparecimento prematuro dos processos de fadiga. Tal estratégia, quando adotada de forma crônica, pode levar à instalação do processo inicial do "overtraining", denominado pela literatura de "overreaching" (KUIPERS, 1998; GLEESON, 2000).
    Desde os primeiros estudos que propuseram o exercício físico extenuante como indutor de danos oxidativos em vários tecidos (DAVIES et al., 1982; DILLARD et al., 1978), um considerável corpo de conhecimento vem-se acumulando também a respeito das adaptações induzidas pela atividade física nos sistemas de defesa antioxidante (POWERS & LENNON, 1999; SEN, 1995; LIU et al., 2000). No entanto, é preciso destacar que ainda se conhece muito pouco a respeito da taxa de regeneração, processos adaptativos e quantidade ideal de estímulos de alta intensidade que devem ser aplicados nos programas de treinamento. Recentemente, demonstramos que os treinamentos de endurance (longa duração, alta intensidade) e intervalado (curta duração, alta intensidade) induzem adaptações diferenciadas sobre as enzimas citrato sintase (CS), glutationa redutase (GR) e catalase (CAT) no músculo sóleo (SMOLKA et al., 2000). Neste estudo, mostramos que o treinamento de endurance (CT) foi mais eficiente em aumentar a atividade das enzimas antioxidantes, enquanto o treinamento intervalado (IT) se mostrou mais eficiente no aumento do metabolismo oxidativo, medido pela CS (SMOLKA et al., 2000). Tais dados sugerem fortemente que a taxa de estresse oxidativo pode ser modulado pela intensidade, duração e tipo de exercício (SEN, 1995; SMOLKA et al., 2000). Além disso, ALESSIO e colaboradores (2000) também demonstraram a existência de um limiar de esforço, a partir do qual o estresse oxidativo aumentaria dramaticamente. Segundo os autores, esse limiar parece estar relacionado com o protocolo de treinamento e as condições individuais do atleta.
    Neste estudo, seguimos o perfil adaptativo de biomarcadores de estresse oxidativo, enzimas do sistema de defesa antioxidante e do metabolismo oxidativo no sangue e também no músculo sóleo de ratos, por oito semanas, de dois protocolos distintos de treinamento, CT e IT. O objetivo foi verificar se os biomarcadores escolhidos seriam capazes de detectar o grau de impacto produzido pelos protocolos de treinamento no músculo, antecipando, ou não, o sucesso do processo adaptativo.

Materiais e métodos
Animais: Os experimentos foram conduzidos utilizando ratos da linhagem Wistar com dois meses de idade. Os animais foram mantidos em ciclo invertido de luz 12h claro-escuro, a 22o C sendo oferecido durante todo o experimento, água e ração específica para ratos à vontade. Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pelo comitê de ética para o uso de animais em pesquisa do instituto de biologia da UNICAMP.
Protocolos de treinamento. Vinte e quatro ratos que se mostraram aptos a correr em esteira elétrica foram distribuídos ao acaso entre os grupos experimentais sedentários (SED), CT e IT, contendo cada grupo um n de 8 animais cada. As características dos protocolos de CT e IT estão mostrados na tabela I. Ambos os protocolos se apresentam divididos em duas fases com duração de um mês cada. A Fase I onde velocidade e duração aumentam gradativamente, e a Fase II onde os mesmos parâmetros permanecem constantes. Esta estratégia foi utilizada para simular um processo de treinamento, que contém um período de aquisição e outro de manutenção.
    Quarenta e oito horas após o final da última sessão de treino, os animais foram sacrificados e as amostras de sangue e músculo dos animais dos grupos IT e CT coletadas. Os animais do grupo SED foram sacrificados e as amostras coletadas após as oito semanas do período de treinamento, a fim de evitar alterações induzidas pelo tempo nas variáveis estudadas.
 

    Para dosagem de lactato, hemoglobina (Hb) e atividade da enzima creatina quinase (CK) (EC. 2.7.3.2) plasmática foram coletadas 150 µL de sangue da calda dos animais semanalmente, imediatamente após o término da última sessão de treinamento da semana. Esses três parâmetros foram dosados por espectrometria de refletância através de fitas reativas específicas, usando os aparelhos Accusport (FELL et al., 1998; BISHOP, 2001), no caso do lactato e Reflotron a hemoglobina e atividade da CK.
Preparação das amostras de músculo. Os Animais foram anestesiados com uma injeção intraperitoneal de hidrato de cloral 10% (p/v), com 0,3 mL por 100g de peso. Foram retirados os músculos sóleo de ambas as pernas, cuidadosamente dissecados e imediatamente congelados em nitrogênio líquido e mantidos a -70o C até que as análises fossem conduzidas. Os animais então foram sacrificados por decapitação. Trinta miligramas de amostra dos músculos foram picados em pequenos pedaços com tesoura e homogenizados em 2 mL de meio frio (8o C), contendo 440 mM sacarose, 50 mM MOPS, 0,01 mM PMSF e 100 mM EDTA, pH 7.2. Para a preparação do homogenato, foi utilizado o aparelho Polytron em sua maior velocidade por 30 segundos. Neste homogenato foram dosadas as atividades das enzimas CS (EC 4.1.37), GR (EC 1.6.4.2) e CAT (EC 1.11.1.6). Essas enzimas foram escolhidas por mostrarem modulação induzida pelo treinamento físico (SMOLKA et al., 2000). Todos os ensaios enzimáticos foram feitos em duplicata.
Ensaios enzimáticos. A atividade da CS foi medida em meio contendo 0.1 mM de DTNB e 0.3 mM acetil CoA monitorando a queda da absorbância a 412 nm após a adição de 0.5 mM oxaloacetato (SRERE, 1969). A atividade da CS foi expressa em UI/mg tecido. A atividade da GR foi medida em tampão fosfato 0.2 M (pH 7.0), contendo ainda 2 mM EDTA, 0.1 mM NADPH e 0.75 mM DTNB. Para iniciar a reação, foi adicionado 1 mM de GSSG e a absorbância foi monitorada a 240 nm (SMITH et al.,1988). A atividade da GR foi expressa em UI/mg proteína. A atividade da CAT foi medida em tampão fosfato 50 mM (pH 7.0), monitorando a queda da absorbância a 240 nm durante 30 segundos após a adição de 10 mM de H2O2 (AEBI, 1984). A atividade da CAT foi expressa em UI/mg tecido.
Amostras de urina e ensaio de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARs). Uma vez por semana, após a última sessão de treino, os animais eram colocados em gaiolas metabólicas por 24 horas. A urina era então coletada em toluene e armazenada a - 70oC até sua utilização para os ensaios de TBARs segundo YAGI (1987). Uma curva padrão de tetraetoxipropano foi utilizada como padrão para efetuar os cálculos da concentração de TBARs. A concentração de TBARs foi normalizada através da concentração de creatinina (JENKINS et al., 1992), que foi determinada utilizando um kit fotométrico Boehringer Mannheim específico.
Análise estatistica. Os dados estão expressos em média ±EP indicado por barras verticais nas figuras. Os grupos são compostos por oito animais (n=8). Foi utilizado o programa GraphPad Instat® (San Diego, CA) para aplicar o teste de ANOVA e o teste de Tukey como pós-teste, estabelecendo P <0.05 como limite confidencial.

Resultados

Perfil da intensidade ao longo do treinamento. A intensidade empregada semanalmente no treinamento foi inferida pela quantificação da concentração de lactate plasmático nos grupos experimentais. A figura 1 mostra que os protocolos de treinamento recrutaram predominantemente vias metabólicas de ressíntese de ATP diferentes. Estes dados mostram que a principal via recrutada no grupo CT foi a via oxidativa ou metabolismo aeróbico, indicando que este protocolo foi menos intenso na maior parte do tempo quando comparado ao protocolo de IT. O oposto foi observado no protocolo de IT, que durante quase todo o período de treinamento mostrou concentrações de lactato significativamente maiores comparadas aos grupos CT e SED, comportamento já esperado para um protocolo de exercício de alta intensidade. Além disso, observamos ainda que ambos os protocolos induziram sobrecarga progressiva na fase I e que essa fase foi mais intensa quando comparada à fase II.






Adaptações induzidas pelos treinamentos de endurance e intervalado no metabolismo oxidativo.
     A figura 2A mostra a variação na atividade da CS, nos três grupos experimentais (SED, CT e IT), medida ao final das duas fases do treinamento. Podemos observar que, após a fase I, ambos os protocolos se mostraram eficientes em aumentar significativamente a atividade da CS. Ao final da fase II, no entanto, encontramos atividade significativamente maior da CS no grupo IT em relação aos grupos CT e SED. As alterações na concentração de Hb (Figura 2B) mostram um aumento significativo (p<0.05), atingindo seu pico máximo na quarta e quinta semanas de treinamento nos grupos CT e IT respectivamente, seguido pela estabilização em valores abaixo do atingido no pico máximo, ao final da fase II, embora se mantendo acima (p<0.05) dos valores encontrados no grupo SED.












Adaptações induzidas pelo treinamento de endurance e intervalado nas enzimas do sistema antioxidante.
    As figuras 3 A e B mostram as adaptações induzidas nos biomarcadores do sistema enzimático de defesa antioxidante no músculo sóleo. A Figura 3 mostra que ambos os protocolos de treinamento induziram aumento significativo (p<0.05) nas enzimas GR e CAT quando comparadas ao grupo SED. No entanto, o grupo CT mostrou aumento mais efetivo das enzimas antioxidantes estudadas nas duas fases do treinamento.












Alterações induzidas pelo treinamento de endurance e intervalado nos níveis de peroxidação lipídica e dano muscular.
    A figura 4A mostra as alterações induzidas pelos protocolos de CT e IT na concentração de TBARs e na atividade da CK plasmática (figura 4B). Nossos dados mostram que, para ambos grupos treinados, houve um aumento significativo na concentração urinária de TBARs, que atingiu seu pico máximo ao final da terceira semana de treinamento (Figura 4A). Este aumento foi particularmente maior (p<0.05) para o grupo IT em comparação ao grupo CT e SED. Após atingir seu pico máximo, os níveis de TBARs tenderam a cair para próximo dos valores do grupo SED ao final dos protocolos de CT e IT. A cinética da atividade da CK plasmática, ao longo de oito semanas de treinamento, mostrou comportamento similar à concentração de TBARs (figura 4A). Para esta variável, no entanto, o pico máximo de atividade ocorreu entre a quarta e quinta semana, nos grupos CT e IT respectivamente.












Discussão
    Dados consistentes da literatura demonstram o aumento induzido pelo exercício físico nos níveis de estresse oxidativo (BRUIN et al., 1994; SJODIN et al., 1990; VINA et al., 2000; CANNON et al., 1990; TIIDUS, 1998; SMOLKA et al., 2000), fenômeno confirmado também por este estudo.
    A questão se este processo irá levar a adaptação dos sistemas fisiológicos envolvidos (JACKSON, 1999; SMITH, 2000) ou ao dano oxidativo excessivo, e em última instância, lesões musculares (SJODIN et al.,1990; HESSEL et al., 2000; TIIDUS,1998), é de extrema importância na aplicação de programas de treinamento.
    Estudos mostram que baixos níveis de marcadores de dano oxidativo se correlacionam com uma resposta adaptativa positiva e conseqüente melhora do condicionamento muscular ao esforço (JI,1999; RADAK et al.,1999). Algumas evidências demonstram, que a atividade física moderada induz aumento nas enzimas antioxidantes em músculo e também nas hemáceas (DUTHIE et al., 1990; POWERS et al., 1999), embora estudos anteriores sugiram que o nível de estresse oxidativo possa ser modulado tanto pela intensidade, como duração e ainda o tipo de atividade (SEN, 1995; SMOLKA et al., 2000).
    Dados com relação aos efeitos de atividades intermitentes de alta intensidade sobre os níveis de estresse oxidativo e atividade das enzimas do metabolismo oxidativo e sistemas antioxidantes são escassos, permanecendo questionáveis as adaptações induzidas por este tipo de atividade (ESSIG & NOSEK, 1997; HALLIWELL & GUTTERIDGE, 1998).
    Com o objetivo de estudar estas questões, neste trabalho, dividimos os protocolos de treinamento CT e IT em duas fases distintas (I e II) com intensidade e duração diferenciadas.
    A fase I teve como característica maiores intensidades e menor volume em ambos os protocolos de treinamento. Em comparação aos dois grupos, ainda na fase I, IT foi de maior intensidade e menor volume em relação ao CT, conforme mostra a concentração de lactato na figura 1 e também à distância percorrida pelos dois grupos experimentais durante esta fase. Já na fase II a concentração de lactato nos mostra que a intensidade foi similar, enquanto o volume de esforço, medido através da distância percorrida, executado pelo grupo IT foi ainda maior que o grupo CT. Portanto, a análise das duas fases distintas dos protocolos de treinamento nos dá uma noção do efeito da intensidade (fase I) e do volume (fase II) nos marcadores estudados.
    Neste sentido, nossos dados mostram que, para ambos os grupos de treinamento CT e IT, o aumento do volume e da intensidade empregados nos esforços induziram aumento nos níveis de estresse oxidativo, embora o protocolo de IT se mostrou mais eficiente como indutor de estresse. Tal fato ficou demonstrado quando observamos na fase I, onde a intensidade de esforço era mais alta, este protocolo induziu menor aumento na atividade das enzimas antioxidantes, acompanhado de maiores níveis de peroxidação lipídica e lesão muscular, mostrados pela concentração de TBARs na urina e atividade da CK plasmática.
    Os altos níveis de lactato no grupo IT demonstram que a taxa de utilização de ATP excedeu a capacidade de sua ressíntese mitocondrial, embora o fluxo de oxigênio nas fibras musculares estivesse elevado devido ao aumento em sua capacidade de transporte e utilização como mostrados nas figuras 2A e 2B.
    Nossos resultados confirmam ainda que, o estresse oxidativo causado pelo exercício de alta intensidade, ocorre na presença de oxigênio (SJODIN et al., 1990). Além disso, estes dados mostram que a alta disponibilidade de oxigênio em conjunto com alta capacidade oxidativa leva a uma intensa produção de EROs , superando a capacidade intracelular de detoxificação das mesmas (SMOLKA et al., 2000).
    Tal fato contribui para um maior aumento nos níveis de estresse oxidativo no grupo IT quando comparado ao grupo CT, situação que parece ser importante no aumento da enzima mitocondrial CS (SMOLKA et al., 2000).
    Estes dados estão em acordo com demais estudos, que provam ser o treinamento intervalado de alta intensidade um estímulo mais eficiente para aumentar a capacidade oxidativa intramuscular, incluindo a capacidade de oxidação de ácidos graxos, quando comparado ao treinamento de endurance (CHILIBECK et al., 1997; TERADA et al., 2004).
    A liberação de proteínas musculares (i.e. CK), que normalmente são incapazes de atravessar a membrana celular, reflete uma mudança nas características de permeabilidade da mesma, permitindo a passagem de moléculas de grande peso molecular como as proteínas (ORTENBLAD et al., 1991).
    Este fenômeno é normalmente associado pela literatura, como evidência de dano muscular (NOSAKA E NEWTON, 2002). É interessante destacar ainda que apenas o grupo IT mostrou correlação positiva (r = 0.92; P < 0.05) entre a concentração de TBARs, marcador de peroxidação lipídica e a atvidade de CK plasmática.
    Estes dados, nos permitem inferir que a sobrecarga progressiva, principalmente associada ao aumento da intensidade de esforço, induz maior aumento nos níveis de estresse oxidativo devido à combinação de uma maior capacidade oxidativa em conjunto com aumento menos eminente na atividade das enzimas antioxidantes, o que levou o grupo IT neste estudo, a estar mais vulnerável a lesões musculares de origem oxidativa.
    Nossa hipótese é, portanto, que o processo adaptativo deve estar em acordo com a demanda funcional das fibras musculares imposta pelo exercício físico. Em outras palavras, um protocolo de treinamento ideal não deve apenas aumentar a capacidade oxidativa muscular, mas também aumentar a capacidade de detoxificação de EROs produzidas durante o esforço.
    O aumento dessa capacidade seria atingido principalmente através do aumento na atividade das enzimas antioxidantes e dos demais mecanismos de proteção intracelular, tais como, a expressão das proteínas de estresse (SMOLKA et al., 2000).
    Nossos dados ainda mostraram que os marcadores escolhidos são sensíveis em demonstrar o processo adaptativo tanto no músculo sóleo quanto nas hemáceas, fato que pode ser observado ao final do treinamento.
    Concluindo, nossos dados permitem inferir que esforços executados em alta intensidade são mais eficientes em induzir aumento na capacidade oxidativa muscular, enquanto atividades de menor intensidade e maior volume parecem atuar de forma mais eficiente no aumento do sistema antioxidante enzimático e, ainda, que o acompanhamento dos marcadores estudados neste trabalho pode demonstrar o nível de estresse imposto pelo treinamento físico, o que se pode constituir numa ferramenta importante para garantir apenas o efeito adaptativo do treinamento evitando, assim, lesões musculares mais graves.

Abreviações utilizadas
EDTA: Ácido etilenodiaminotetracético
GSSG: Glutationa dissulfeto
MOPS: Ácido 4-Morpholinopropanosulfônico
NADPH: Adenina dinucleotídeo fosfato
PMSF: Fenil metil sulfonil fenazina
DTNB: Ácido 5,5'-Ditiobis-2-nitrobenzóico

* Laboratório de fisiologia do exercício, Faculdade Social da Bahia (FSBA). ** Laboratório de bioquímica do exercício (LABEX), Departamento de Bioquímica, IB, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). (Brasil)

Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 99 - Agosto de 2006

Acesse o artigo no original no endereço http://www.efdeportes.com/efd99/metab.htm

domingo, 7 de agosto de 2011

Contexto dos Gols na Copa América 2011

http://www.esquemastaticos.com.br/
 
 



Já publicamos, aqui no Esquemas Táticos, as estatísticas dos gols da primeira rodada da Copa América 2011. Na ocasião, fizemos uma análise histórica do contexto dos gols nas competições que envolvem seleções nacionais.

Agora, com uma base maior de números, faremos uma análise da Copa América 2011 com os gols feitos até as quartas de final. Para esta primeira análise, fizemos um levantamento do contexto em que foram feitos os gols da Copa América no que diz respeito aos tentos anotados com a bola parada e com a bola rolando. Para tanto, separamos cada uma dessas grandes categorias em ataque e contra-ataque (bola rolando) e falta, falta indireta, escanteio e pênalti (bola parada).

No desenho acima que esta análise, mostramos que 68% dos gols saem com a bola rolando e 32% saem com a bola parada. Desdobrando os números, vemos que 54,55% dos gols foram marcados em ataques e 13,64% em contra-ataques. São números que contrariam o senso comum de que a maioria dos gols saem de bola parada. Nesta categoria, observamos que 15,91% dos gols são feitos a partir de faltas indiretas, 13,64% de escanteios, 2,27% em pênaltis (na verdade, apenas um pênalti foi convertido) e nenhum gol foi anotado em falta direta (ver tabela abaixo).

Gols marcados na Copa América 2011


E como as seleções marcam os gols? Na tabela abaixo, verificamos que Brasil e Venezuela são as seleções que mais marcaram gols (6), e que a distribuição deles por contexto é bem diversa. Enquanto o Brasil fez todos os seus 6 gols em ataques, a Venezuela fez 2 em ataques, 1 em contra-ataque, um a partir de escanteio e 2 em faltas indiretas. A Argentina também marcou todos os seus 5 gols na competição em ataques. Os números mostram que Brasil e Argentina geralmente enfrentam adversários retrancados, que esperam recuperar a bola no campo defensivo e partir em contra-golpes ou tentar gols em bolas paradas.

 
Contexto dos gols marcados na Copa América 2011


O Uruguai, que em tese seria uma equipe temida, fez 4 gols até agora, 2 com a bola rolando (1 de ataque e 1 de contra-ataque) e dois a partir de faltas indiretas. Os números do Chile surpreendem por mostrarem que o time é muito dependente das gols (3) oriundos de escanteios. O Paraguai apresenta um equilíbrio parecido com o da Venezuela no modo de fazer gols: são 2 com a bola rolando (1 de ataque e 1 de contra-ataque) e 3 de bola parada (1 de escanteio e 2 de faltas indiretas).

E em quais contextos as seleções levam gols? Podemos ver na tabela abaixo (clique para ampliar) que os dois gols levados pela Argentina surgiram de bolas paradas (1 de escanteio e 1 de falta indireta). O Brasil levou seus quatro gols de bola rolando (3 de ataques e 1 de contra-ataque). O Uruguai também só levou gols com a bola rolando (2 de ataque e 1 de contra-ataque). A escassa base de dados, não permite muitas conclusões a respeito das fragilidades do sistema defensivo argentino, mas pode indicar um posicionamento errado nas bolas paradas. No caso de Brasil e Uruguai, pode indicar um posicionamento equivocado dos jogadores ou falhas individuais. Entretanto, números recorrentes indicam falhas sistêmicas. No caso da seleção brasileira, a disposição dos jogadores mostra um time pouco compacto, que abre espaços para triangulações e tabelas. A análise dos gols sofridos pela Venezuela revelam que 75% deles são de bola parada, mesmo percentual do México. O Peru, por sua vez, levou apenas 2 gols (1 de ataque e 1 a partir de escanteio).

Contexto dos gols sofridos na Copa América 2011



Fonte: http://www.esquemastaticos.com.br/2011/07/estatisticas-contexto-gols-copa-america.html

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

II Seminário de Futebol - 25, 26 & 27 de Agosto de 2011


  • Jordi Melero (ESPANHA)– Protocolo de Avaliação de Jogadores / Modelo de Jogo F.C. Barcelona
  • Toni Lima (ESPANHA)– Gerência em Futebol Profissional / Modelo de Jogo F.C. Barcelona
  • Nuno Amieiro (PORTUGAL)– Fundamentos para a Construção de um modelo de jogo; Erros mais frequentes na operacionalização da periodização tática / Defesa à Zona
  • J.P. Medina (BRASIL)– Capacitação Profissional do Século XXI no futebol
  • Alberto Monteiro (BRASIL)–  A Excelência no Desempenho Esportivo: Uma proposta baseada em valores

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Obrigado a todos, mas vamos seguir acessando !

SC CUP 2010
Gostaria de agradecer todos que já passaram pelo Blog, em pouco mais de uma semana, com pouca divulgação, já tivemos mais de 200 acessos. Obrigado a todos e continuem acessando e comentanto, para que possamos trocar muitas ideias, abraço !!